Resposta a algumas pessoas que me perguntam porquê optei por aprender Linux e “abandonar” o Windows.
Quando conheci o Linux em 1996 ele era só mais um software que prometia alguns milagres, entre eles o de ser sempre gratuito e ainda era bem difícil de lidar (“acho que isso é o que mais me interessou!”) então comecei a estudá-lo um pouco mais e vi que poderia me garantir várias vantagens em relação ao Windows, dentre elas o fato de não possuir vírus e melhor sistema de segurança, então vou falar um pouco sobre essas vantagens:
Segurança (vírus, invasões e outros riscos):
Não acredito que essa situação de “não existir vírus” se perdure por muito tempo, mas a ação de um vírus em Linux é bem limitada. Claro que isso depende de alguns cuidados dos usuários também, já que essa dificuldade se deve ao fato de que para instalar ou alterar algum programa é necessário o acesso como super usuário (root), o que um programa mal intencionado poderia exigir para se instalar e o Administrador digitaria a senha de root e o programa a roubaria e poderia usá-la com facilidade. Claro que em termos de vírus, como conhecemos hoje, isso é um pouco complicado de se fazer, então as pessoas não se dedicam tanto a isso.
O mesmo deve ser considerado em quase tudo que se fala em segurança.
Ou seja, o mais importante sempre será o cuidado que o usuário toma com seu equipamento.
Já no windows o usuário não tem essa obrigação, ele tem que deixar tudo por conta de programas que cuidem do computador pra ele. Mas a microsoft tem evoluído nesse ponto e seguido alguns exemplos do Linux.
Portabilidade:
Uma das coisas que mais me atraiu no Linux foi a facilidade de porta-lo para os equipamentos antigos, eu poderia utilizar um velho k6 para rodar o Linux. Claro que isso me traria algumas restrições mas pelo menos era possível, o que com o windows não dá.
Já quando falamos em servidores, a forma modular do Linux trabalhar ajuda muito, já que não precisamos instalar um monte de coisas em um computador só para compartilhar internet e outros trabalhos simples, posso fazer isso com o equipamento que eu tiver. No Linux só instalamos o que vamos, realmente, utilizar. No windows precisamos instalar tudo e usar aquilo que quiser-mos.
Software Livre:
O fato de ser livre facilita bastante, já que nos permite adquirir computadores com até 40% de economia e, melhor, poderemos utilizar esse computador sem utilizar software pirata. Claro que ainda existem algumas limitações.
A alguns anos a desculpa para não se utilizar o Linux era a falta de programas para ele, mas hoje as coisas mudaram, eu creio que a dificuldade agora é o excesso de programas para ele. Hoje temos muitos softwares livres para usar com Linux e temos também bons softwares pagos.
Como programador, não gosto muito da idéia de fazer um programa e não cobrar por isso, mas muitas empresas mantém seus programas com doações e subsídios governamentais o que permite aos programadores que continuem se sustentando de criação de software.
Dificilmente você irá encontrar um software de Administração de Escritório, ou de Cadastro de Clientes gratuitos, mas o Sistema de Bando de Dados utilizados por esses softwares são gratuitos, o que reduz bastante o investimento final.
Temos programas como Suite de Escritório, Navegadores, Editores de imagens, Gerenciadores de Bancos de dados e vários outros que são gratuitos porque não dependem de venda direta e são direcionados a usuários dos mais diversos perfis.
Customização:
A possibilidade de poder instalar só o que vou precisar também me facinou.
Imagine um supermercado com vários terminais de recebimento ("caixa") onde, com o sistema Windows, seria necessário a instalação completa do Sistema Operacional em cada máquina e tendo que seguir as recomendações do produtor do Sistema para a configuração do hardware, que normalmente não é simples, para usar apenas o programa de recebimento sendo que, normalmente, esses programas são "leves".
Com o Linux poderíamos instalar apenas o básico do sistema operacional e seria utilizado o equipamento suficiente para executar o programa, pois o sistema operacional utilizaria o mínimo de hardware. Isso geraria uma redução considerável de custos em Hardware e ainda em Software, já que com o Windows seria necessário pagar uma licença para cada terminal e no linux não há essa oneração.
Desafio:
Alguns amigos dizem que, em relação a informática, sou masoquista pois sempre facinei-me por aquilo que é difícil.
Foi assim que, aos 14 anos, vi um livro de Cobol de um primo (Rinaldo) e me apaixonei por programação e com o Linux foi a mesma coisa quando um amigo (Osvaldo) me apresentou o Linux, passamos 2 noites instalando em um pentium 100, isso acendeu em mim uma curiosidade e vontade de desvendar esse novo (na época) Sistema.
Ideologia:
A idéia de Software Livre chega a ser, para alguns, extremamente revolucionária e até inconcebível.
No principio o que me chamou a atenção foi o fato de poder utilizar programas sem precisar pagar por eles, mas quando comecei a avaliar essa situação vi que havia uma questão: "Quem criaria um programa sem receber por isso?, pois só quem programa sabe o trabalho que dá para fazer um programa confiável", estudando essa questão é que consegui entender como isso ocorreria.
Então entendi que livre mesmo seria as ferramentas para gerar programas que poderiam gerar renda e os programas de uso amplo e que esses programas não seriam criados por 01 grupo específico de programadores mas sim por toda uma comunidade disposta a colaborar com o crescimento tecnológico. E, dessa forma, teríamos programas como Suites de Desenvolvimento (Eclipse, BlueFish), Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (MySql ou PostgreSQL), Suites de Escritório (Oppen Office ou BrOffice), dentre vários outros tipos de programas. Até algumas empresas produzem Software Livre que, muitas vezes, são criados para uso interno e posteriormente liberado para o público, e a empresa ganha popularidade com isso o que acaba gerando lucros em outras áreas.